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Estes últimos cinco anos têm fomentado grandes expectativas em relação à chegada, cada vez mais iminente, da  tecnologia 5G no Brasil e em nossas vidas.

Internet 5G no Brasil, seria o fim do 4G?

Quando uso o verbo “fomentar” minha intenção é abordar inicialmente o que este novo padrão de conectividade móvel apresenta como potencial para mudar (ou revolucionar?) nossas vidas, ou seja: se tomarmos o padrão 4G e seu impacto em nosso “dia a dia”, o que podemos esperar deste novo cúmplice que teremos em nossas tarefas cotidianas, o 5G?

Vale lembrar que é simplesmente impossível considerarmos nossas vidas sem o uso de  contas de acesso a plataformas de streaming, compras de qualquer produto/serviço via aplicações móveis, online gaming streaming ou a frequente interatividade que mantemos através de nossos perfis em redes sociais.

Estas quatro características são os grandes legados das redes 4G ao “way of life” da humanidade. 

São referências de comportamento que adicionaram bilhões de dólares ao sistema econômico mundial através da implantação de novos modelos de negócio criando, ou fortalecendo, empresas líderes em seus mercados, como Amazon, Netflix, Microsoft, Google e Facebook.

Será que  o novo padrão 5G no Brasil, também conseguirá impactar nossas vidas de forma tão radical? E as aplicações para o universo empresarial? Afinal, no fundo, é mais um exemplo da grande transformação digital do século.

O 5G no Brasil traz novas alternativas de conectividade?

A resposta é simples: sim, representará e provavelmente estabelecerá uma nova era 

O 5G no Brasil não irá somente criar modelos de negócio, ele irá também reduzir a influência, dependência e até mesmo substituir completamente soluções de conectividade já incorporadas de forma muito natural a nossas vidas. 

Lembram da Kodak? Pois é, alguns produtos/serviços encontram-se agora na “linha de tiro” e há grande possibilidade que algumas soluções de conectividade não saim somente abaladas quando esta Era 5G estiver consolidada.

Entretanto, antes de detalharmos estes exemplos de alteração e mudanças de paradigmas tecnológicos, é importante entendermos os principais upgrades que este padrão de conectividade móvel nos proporcionará em relação ao 4G.

A tecnologia 5G no Brasil opera baseada em ondas de alta frequência, na faixa de 30 GHz – 300 GHz (chamadas ondas milimétricas), o alcance do sinal é menor, mas a tecnologia 5G trará uma mudança de patamar na conectividade móvel de dados.

  • A velocidade prevista para áreas de densa concentração populacional é de 100 Mbps para download e 50 Mbps para upload. Isso é 20 vezes maior que o  4G;

  • A estabilidade da rede 5G será um diferencial, com conexões mais rápidas e seguras. O que, já podemos antecipar: favorecerá aplicações para empresas,mas não somente para endereçar necessidades de mobilidade, isso inclui demandas de maior velocidade de conexão de dados;

  • A Rede 5G promete latências muito menores do que as conexões móveis atualmente disponíveis (algo entre 5 ms e 20 ms), ou seja, um tempo de resposta muito menor “quando os dispositivos solicitarem um comando as redes”.

Para estabelecermos uma comparação com a rede 4G, a velocidade atual é de 5 – 10 Mbps para download (em áreas densamente povoadas) e latências entre 30 ms e 70 ms.

Percebam que não estamos nos referindo exclusivamente a uma melhora na experiência de velocidade de download/upload.

 

As redes 5G trarão estabilidade, segurança e agilidade nas conexões de dados móveis, uma experiência, muito provavelmente comparável ao uso de “serviços cabeados” (ADSL, Cable-Modem , Satélite, MPLS, etc)

Internet 5G no Brasil, seria o fim do 4G?

Quais os nichos de aplicação das redes 5G no Brasil?

Neste contexto o mercado aposta que os  nichos de aplicação das redes 5G no Brasil serão: IoT ,  provavelmente conectado a uma “febre” de automação de residências e edifícios empresariais, a robótica e a RV/RA. 

Essas ferramentas com o 5G criarão condições para um “boom” de modernização de segmentos como: manufatura, logística, transporte,  entretenimento, saúde, construção e segurança pública.

Isto significa que os serviços via fibra ou outras modalidades via rádio-frequência irão desaparecer? 

Não necessariamente, mas ”there will be a new kid on the block”,  e provavelmente em pouco tempo essa “criança” se tornará  “o grandão”. Os demais modelos de negócio/serviços terão de se adaptar a esta nova realidade muito rapidamente.

Imaginem a seguinte situação: uma empresa com uma operação de plantio e colheita em uma área remota onde não há oferta de conectividade de dados via fibra óptica. 

Por que contratar um serviço via satélite ou investir em obras para trazer acesso local de rede, a partir do PoP (point of presence) mais próximo de uma operadora se uma experiência similar de conectividade de dados estará disponível via 5G?

Devido às características da rede 5G, as operadoras terão que investir na instalação de uma quantidade maior de mini-antenas para obter a mesma cobertura proporcionada atualmente pelas redes 4G. 

Porém, uma vez garantida a cobertura, a solução estará disponível de forma imediata para qualquer usuário, viabilizando uma solução de infraestrutura de conexão de dados rápida e permanente, criando benefícios para a população com acesso à rede 5G naquela região.

E o Wi-Fi?

Se tivermos redes móveis com velocidades mínimas disponíveis, estáveis e seguras de 100 Mbps, por que manteríamos um serviço ADSL ou cable-modem contratado para nossas residências? 

Se a latência for comparável a das redes cabeadas, um jogador convicto de  jogos online terá sua performance garantida através das redes 5G no Brasil. Além disso, sites como o speedtest devem comprovar a diferença gritante entre os dois modelos.

O próprio mercado de venda de roteadores domésticos sofrerá uma revolução quanto a modelos e aplicações, e será que não vimos isto acontecer antes? Quantos de nós usa (realmente usa) o telefone fixo?? Ou até mesmo nas empresas/atividades profissionais?

Percebam que na medida que as redes 5G no Brasil estiverem disponíveis e forem se tornando populares e comuns, a fibra óptica irá desaparecer aos poucos. O mesmo ocorreu com a internet discada e a cabeada, não que ela de fato se foi, mas hoje não é necessário.

Internet 5G no Brasil, seria o fim do 4G

O ritmo dependerá, basicamente, de duas variáveis que se correlacionam diretamente: capacidade de financiamento para implantação/upgrades das redes móveis e ritmo de soluções/mercados/negócios que surgirão com as novas redes disponíveis.

Esses mercados exigirão, com o crescimento da base de usuários, maior disponibilidade das redes 5G. Algo semelhante ao que vimos, por exemplo, ocorrer com os serviços de streaming, que exigiram o crescimento acelerado da implantação das redes 4G na medida que a base de usuários demandava o acesso contínuo e crescente ao serviço.

Com este novo padrão de conectividade móvel, os serviços cabeados provavelmente se tornarão aplicações para nichos de mercado na medida que a massificação das redes 5G no Brasil irá impor seu poder, estabelecer sua confiança e demonstrar sua usabilidade intuitiva, criando novos modelos de negócio.